´Uma fratura é muito possível´, diz presidente sobre aliança do PCdoB com Jabes

Rodrigo Cardoso
Ascom

A secretaria municipal de Educação, em Ilhéus, desde o início do atual governo, é comandada por uma integrante do PCdoB. Nos próximos dias, o partido passará, também, a ocupar a pasta do Turismo. Tudo isso, resultado de negociações feitas entre o prefeito Jabes Ribeiro e o diretório estadual do partido. No entanto, no âmbito municipal, o atual presidente Rodrigo Cardoso, resiste. Jura de pés juntos que quer o PCdoB na oposição. E assim o seu grupo deve se comportar. "Provavelmente estaremos muito divididos nos próximos meses", disse hoje ao Jornal Bahia Online.

Segundo Rodrigo, para o PCdoB, sair dividido sempre é difícil. "Não somos um partido grande e nossa unidade é um patrimônio histórico que valorizamos muito e a utilizamos para defender nosso programa de luta por um novo projeto de desenvolvimento nacional, democrático, popular e com valorização do trabalho". Ele reconhece que a força política do partido às vezes até aparece maior por conta dessa unidade. "Nas casas legislativas, cada uma das raras vezes que há um voto divergente com a orientação partidária sempre suscita um grande debate, como no recente caso de um deputado de Pernambuco que votou a favor do PL 4330 das terceirizações. O mesmo foi advertido pela Direção Nacional. Nós, que valorizamos os princípios programáticos, estatutários e organizativos do Partido Comunista, sempre prezamos muito pela construção da unidade. Mas, nessa conjuntura, cada vez mais complexa, onde entram no debate tantas questões, locais, estaduais e nacionais, uma fratura é muito possível, e tenha certeza que ninguém sai imune. Na minha opinião, todos perdem", afirmou.

Ele anunciou que na próxima sexta-feira (22), lideranças e dirigentes estaduais e municipais do partido se reunem em Ilhéus. Dois temas serão debatidos neste encontro. A pauta da 10ª Conferência Nacional do Partido, cuja lema é "Frente Ampla em Defesa do Brasil, do Desenvolvimento e da Democracia". Debaterão, também, a questão da participação do Partido na atual gestão municipal. " E acho muito difícil uma decisão que unifique o Partido", adiantou.